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ECOSSISTEMA MANGUEZAL: RIQUEZA NATURAL QUE ESBANJA BELEZA E VIDA

ECOSSISTEMA MANGUEZAL: RIQUEZA NATURAL QUE ESBANJA BELEZA E VIDA
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Na Semana de Proteção aos Manguezais, a Semas-PE ressalta a importância de preservação do ecossistema para o equilíbrio marinho e terrestre

 

O manguezal possui um relevante papel para o equilíbrio da biodiversidade marinha e é considerado um dos ambientes naturais mais produtivos do planeta. No entanto, ele é um dos ecossistemas mais desprezados e esquecidos quando se trata de meio ambiente. Grande parte da população desconhece as potencialidades do mangue e só o conhece como um local feio e insalubre.

 

Diante dessa realidade, desde 2015, a Unesco instituiu que a data 26 de julho seria dedicada ao Dia Internacional para a Conservação dos Manguezais, com o objetivo de reforçar a importância do ecossistema para as vidas marinhas e terrestres

 

No mundo, existem mais de 162 mil km² de área de manguezal. Só no Brasil, são cerca de 25 mil km² e, em Pernambuco, é possível encontrar cerca de 250 km² do ecossistema costeiro. A riqueza ecológica do mangue faz com que essa área se torne um grande berçário natural, tanto para as espécies características, como também para os animais que migram para as regiões costeiras, pelo menos em uma fase da vida.

 

“O manguezal é um bioma complexo e um dos mais produtivos do mundo. Uma das principais características do ecossistema é exportar matéria orgânica para os estuários e contribuir para a produtividade primária da região costeira. A APA de Guadalupe, no Litoral Sul pernambucano, é um grande exemplo para essa potencialidade do manguezal”, ressalta a gerente geral de áreas costeiras da Semas-PE, Danise Alves.

 

Além disso, os manguezais são fundamentais na proteção contra a erosão costeira. A vegetação do mangue tem raízes aéreas e galhos que atuam como barreiras naturais que protegem as zonas costeiras, pois sua vegetação fixa a terra impedindo a erosão e estabilizando a costa. Além disso, as raízes do mangue servem de contenção para os ventos e as ondas do mar. “Esse ecossistema consegue absorver uma grande quantidade de água, que impede a formação de grandes inundações nas áreas riberinhas em épocas de chuvas fortes”, pontua a gestora.

 

Poluição

 

Os manguezais sofrem com o impacto ambiental ocasionado pelo descarte irregular de resíduos sólidos, vindos dos rios e das praias. Ele funciona como um filtro acumulando, em suas raízes, todo o lixo e o poluente químico descartados nos oceanos. “Essa é a principal problemática dos manguezais. Cerca de 80% do lixo descartado de forma incorreta nos oceanos é de origem terrestre, que chegam através dos rios e seus afluentes, se concentrando principalmente nas regiões de mangue”, explica Danise Alves.

 

Atividades econômicas

 

A fauna encontrada no mangue é muito variada – que inclui moluscos, crustáceos e peixes – cerca de 95% deles são utilizados pelo homem na obtenção de alimentos. Algumas atividades econômicas são permitidas no ecossistema do manguezal, sem causar a degradação local. São eles: pesca esportiva e de subsistência, evitando a sobrepesca; cultivo de ostras; cultivo de plantas ornamentais (bromélias e orquídeas); criação de abelhas para a produção do mel, além de atividades turísticas e recreativas.

 

Carbono Azul

 

O Carbono Azul é o termo que se refere ao capturado da atmosfera e dos oceanos pelos ecossistemas marinhos e costeiros. De acordo com um estudo realizado entre pesquisadores brasileiros e norte-americanos, publicado na revista Biology Letters, um hectare de manguezal pode armazenar de duas ou quatro vezes mais carbono do que o mesmo tamanho de área da Floresta Amazônica.

 

“Esse é um assunto muito pouco discutido quando se trata do ecossistema do manguezal. Apesar de serem tão importantes, esses ecossistemas sofrem com degradação e destruição até quatro vezes maior que áreas de floresta tropical, como a Amazônica. Por que falamos tanto da preservação da Floresta Amazônica e esquecemos dos manguezais? Eles possuem funções semelhantes no combate ao aquecimento global e na mitigação das mudanças climáticas”, enfatiza Danise.

 

Política de Proteção dos Manguezais

 

O novo Código Florestal, através da lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012, prevê a área de Preservação Permanente e locais de Reserva Legal. Ela define o que deve ser preservado e o que pode ser desmatado. As áreas de Preservação Permanente são aquelas preservadas da ação humana, em virtude da importância que possuem para a manutenção da biodiversidade. Já os locais de Reserva Legal são as áreas de propriedade privada destinadas legalmente a serem mantidas com a vegetação nativa.

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