Estado e municípios discutem vacinação após problema na distribuição de doses pelo Ministério da Saúde
Foto: Divulgação| Governo de PE
A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) pactuou ontem (26) com os gestores municipais, na Comissão Intergestores Bipartite (CIB), que as doses remanescentes da Coronavac/Butantan devem ser utilizadas, prioritariamente como segunda dose, para completar os esquemas vacinais já iniciados contra a Covid-19. A recomendação foi necessária já que a última remessa do imunizante encaminhada pelo Ministério da Saúde (MS) veio além do esperado. Ainda foi reforçado que, caso não haja estoque, os gestores municipais devem fazer o agendamento para quando uma nova remessa chegar, prevista apenas para maio. É imprescindível que, quando houver o imunizante, seja feita a segunda aplicação, garantindo a imunidade.
“É importante reforçar que o indivíduo que recebeu a primeira dose não perderá essa dose. A medida que cheguem mais vacinas, será finalizado o esquema, sem perda de eficácia do imunizante”, frisou a superintendente de Imunização da SES-PE, Ana Catarina de Melo.
Com esse problema na distribuição da vacina da Coronavac/Butantan pelo Governo Federal, também ficou decidido que, nas entregas futuras, Pernambuco dividirá os imunizantes para ambas as doses. É importante lembrar que, nas primeiras remessas, o Ministério da Saúde orientava dividir as vacinas desse fabricante, guardando aquelas destinadas às segunda doses, já que a segunda aplicação deve ser feita em um intervalo de 21 e 28 dias após a primeira. Já os quantitativos enviados entre os dias 17 e 25 de março, também por recomendação do próprio órgão federal, foram exclusivos para uso como primeira dose. Na ocasião, o Ministério da Saúde assegurou o repasse das segundas doses em tempo oportuno para garantir a correta imunização da população.
Para se ter ideia, de 17 de março, quando os municípios foram orientados a usar todas as doses na primeira aplicação, até hoje, Pernambuco recebeu 1,066 milhão de doses da Coronavac. Deste total, 596 mil foram destinadas para a primeira dose e apenas 470 mil para a segunda. Há, portanto um déficit de mais de 126 mil doses da vacina Coronavac para completar a imunização dos pernambucanos. Na última remessa enviada, em 24 de abril, havia a expectativa de recebimento de pelos menos este quantitativo. Mas houve apenas a entrega de 28,4 mil unidades do imunizante produzido pelo Instituto Butantan.
COMORBIDADES – Também na CIB, ficou estabelecida como será a comprovação das comorbidades durante a campanha de vacinação contra a Covid-19. Este grupo é o próximo a ser beneficiado pela imunização, assim que houver doses suficientes. Na reunião, ficou decidido que as pessoas com doenças pré-existentes contempladas com esse imunizante deverão atestar seu quadro em algum serviço de saúde. Um formulário padrão será disponibilizado para que esse atestado possa ser apresentado no ato da vacinação, prevista para começar em maio a depender da disponibilidade de doses do imunizante pelo Ministério da Saúde (MS), responsável pela aquisição e envio aos Estados.
Também na reunião, foi acordado que essa vacinação irá avançar por faixa etária, começando com aqueles entre 55 e 59 anos, e decrescendo a partir da chegada das vacinas até chegar aos 18 anos. As exceções serão as pessoas que fazem hemodiálise e com síndrome de Down, por recomendação do MS, e as pessoas vivendo com HIV, transplantadas e com obesidade mórbida, por pactuação na CIB, que poderão ser vacinadas em sua totalidade já no primeiro momento. Frisa-se que o imunizante é voltado apenas para o público a partir dos 18 anos, ou seja, não contemplando crianças e adolescentes até os 17 anos.
As comorbidades elencadas na campanha de vacinação contra a Covid-19 são: diabetes mellitus; pneumopatias crônicas graves; hipertensão arterial resistente (nos estágios 1, 2 e3 com lesão em órgão-alvo e/ou comorbidade); insuficiência cardíaca (ic); cor-pulmonale e hipertensão pulmonar; cardiopatia hipertensiva; síndromes coronarianas; valvopatias, miocardiopatias e pericardiopatias; doenças da aorta, dos grandes vasos e fístulas arteriovenosas; arritmias cardíacas; cardiopatias congênita no adulto; próteses valvares e dispositivos cardíacos implantados; doença cerebrovascular; doença renal crônica; imunossuprimidos; anemia falciforme; obesidade mórbida; síndrome de Down; e cirrose hepática.
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