Moraes Moreira contribuiu para a formatação estética do cancioneiro brasileiro. Isso , se considerarmos apenas um disco – o icônico Acabou Chorare, lançado em 1972, quando fazia parte dos novos baianos ao lado de Baby Consuelo, Pepeu Gomes, Paulinho Boca de Cantor e Luiz Galvão. Ali foi uma combinação perfeita da psicodelia da época, mais a guitarra de Pepeu , a bossa nova de João, samba e frevo, choro e baião. Era uma nova música brasileira, sustentada nas raízes rítmicas regionais e no pop. O disco lançou sucessos como Besta é tu, Preta pretinha, Mistério do planeta, A menina dança. De quebra, trazia uma releitura fantástica de Brasil pandeiro, assinada pelo Assis Valente. Em Acabou Chorare,  Moreira teve participação fundamental nos arranjos, versos e vozes. Em 1975, deixou os Novos Baianos, com quem se reuniria novamente em 2015, para uma turnê especial, e passou a se dedicar a projetos pessoais e novas parcerias. Dois anos depois, veio um de seus maiores sucessos: Pombo-correio, letra para frevo de Dodô e Osmar. Aliás, o carnaval sempre vibrou em sua trajetória. Moreira foi o primeiro a cantar em cima de um trio elétrico na companhia de Dodô e Osmar, ainda em 1975. A potente vibe carnavalesca rendeu sucessos  como Vassourinha elétrica, Bloco do prazer e Festa do interior . Agora, por conta da quarentena, Moraes Moreira postou, em 17 de março, em seus perfis nas redes sociais,  o poema Quarentena, que diz : “O que vale é o ser humano/ E sua dignidade/ Vivemos num mundo insano/ Queremos mais liberdade”. Vida eterna a Moraes Moreira. Para conferir o comentário completo acesse OUVIR.