Foto: Reprodução da internet
Que a pandemia tem causados danos a saúde mental mundial, isso já não é mais novidade. Desde o início da disseminação do novo coronavírus, especialistas da área de saúde mental têm orientado e mostrado, o quanto esse momento que todos estão passando tem feito com que o número de pessoas com depressão ou outro transtorno mental aumentasse.
Mas, diante de todo este cenário atual, você sabe o que é a depressão e como ajudar uma pessoa a tratar a doença? De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão é caracterizada como biopsicossocial, dependendo de fatores genéticos, psicológicos e sociais. Estima-se que em torno de 11,5 milhões de brasileiros sofrem com a doença.
“Aqui saliento que, não é só porque uma pessoa está triste ou abatida que necessariamente ela tenha depressão. A experiência com a depressão vária de pessoa a pessoa, com atenção a sua intensidade e duração, idade do indivíduo e predisposição genética. Ressalto que, para se configurar como sintomas depressivos, é preciso que se manifestem persistentemente por um bom tempo. Pois, muitos dos sintomas vão e vem, não sendo possível caracterizá-los, como explica o Psicanalista e Diretor do Grupo Recanto, Fabrício Selbman.
Sendo caracterizada de maneira isolada, é comum o indivíduo sentir os sintomas mais frequentes: tristeza, acompanhado de um humor depressivo e persistente, perturbações do ciclo do sono (podendo causar insônia ou excesso de sono), perturbações no apetite (podendo aumentar ou diminuir), Sentimento de culpa e desesperança, pensamento desacelerado, desarticulado, diminuição da concentração, angústia, apatia e ansiedade. Irritabilidade (em homens esse fator pode ser mais presente do que a tristeza), sintomas mais físicos como ganho ou perda de peso, movimentos automáticos, dores espalhadas pelo corpo, sem explicação evidente, além do isolamento social.
Sabendo que o seu amigo, parente ou até mesmo o vizinho esteja com esses sintomas característicos da depressão, como então ajudá-lo? O Psicanalista, Fabrício Selbman listou sete dicas que podem ajudar e muito no convívio e melhora de uma pessoa com problemas mentais, são elas:
1 – A primeira dica é ouvir com atenção o que o outro tem a falar. A atitude de ouvir, neste caso, é mais valiosa do que a de falar. Tenha empatia com a pessoa.
2 – Se informe sobre a doença. É preciso que você conheça o problema para poder auxiliar a pessoa que sofre com ele. Procure ler livros, matérias sobre o assunto.
3 – Incentive a busca por tratamentos. Você não é responsável pela “cura” do seu amigo, parente, vizinho. Existem profissionais capacitados, que podem auxiliar na melhora do quadro clínico. Em casos de pensamentos suicidas o disque 188 do CVV pode prestar a ajuda necessária, em emergências também estão disponíveis UPA e hospitais.
4 – Evite sermões. Frases como “Isso é falta de Deus”, “Deixe de frescura”, “Já passei por coisas piores e não fiquei assim”, só banalizam ainda mais o problema. Ao invés destas citações, procure dizer “Eu te amo”, “Quero cuidar de Você”.
5 – Incentive a prática de esportes e alimentação saudável.
6 – Estimule a socialização. O isolamento social é uma das características da depressão. Faz-se então necessário, a reinserção da pessoa nos ambientes sociais. Reúna amigos, mesmo que on-line, devido à pandemia, converse com as pessoas, quando possível, marque de ir ao parque, ao cinema.
7 – Tenha paciência. A recuperação acontecerá dia após dia. Nem sempre haverá evoluções diárias, vontade de conversar ou sair. A paciência precisa ser sua grande aliada nesta busca por dias melhores. Entender que tudo isso faz parte do processo de readaptação é fundamental.
Ainda segundo o Psicanalista, Fabrício Selbman, “a caminhos para se tomar em busca de ajuda profissional, para que todas essas dicas citadas acima possam fluir no dia a dia. Existem órgãos e programas do governo, profissionais especialistas na área e caso nenhum desses tiver acesso ou for suficiente, uma clínica para saúde mental é extremamente recomendável para um tratamento e acompanhamento mais específico, visando sempre à readaptação do paciente que sobre com a depressão ou demais problemas de saúde mental”, enfatiza o especialista.
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